Mostrando postagens com marcador Carlos Hilsdorf. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Carlos Hilsdorf. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Cuidado Com o Que Ouvimos

Cuidado Com o Que Ouvimos

Frase:

"Na vida é preciso muito Cuidado Com o Que Ouvimos. Há Mentiras cativantes e verdades "sem graça", isso costuma confundir a razão."
___________

sábado, 8 de junho de 2019

Sonhar é Importante

“Sonhar é Importante, mas o Sonho é apenas o combustível do motor das realizações. Sonho sem Atitude é delírio.”
Sonhar é Importante, mas o Sonho é apenas o combustível do motor das realizações. Sonho sem Atitude é delírio.” 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Desapega !!! - Carlos Hilsdorf

É preciso coragem, disposição, humildade e muita força de vontade para abandonar as coisas. Nós nos apegamos demais! Apego não faz bem à vida.

Considere as coisas e situações como transitórias; acostume-se a abandonar as coisas, partindo sempre daquelas que você já percebe como menos necessárias. Comece limpando as gavetas, separando no guarda-roupa as roupas que não tem usado nos últimos meses. Parece incrível, mas organizar gavetas e guarda-roupas ajuda a organizar as ideias e, em consequência, a própria vida. Quando você coloca o princípio da organização em movimento, tudo melhora. Felicidade, paz e bagunça não combinam.

Abandone tudo aquilo que não faz sentido, não faz falta, não faz diferença e não faz bem. Isso inclui certos tipos de conversas, leituras, amizades e hábitos. Mantenha somente o necessário, o que agrega.

Paz e alegria,
Carlos Hilsdorf

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O dia de amanhã - Carlos Hilsdorf

Nós nunca saberemos se no dia de amanhã vamos ter que viver com o que temos, com mais ou com menos, mas se aprendermos a viver com o que é essencial, viveremos sempre bem.
Quem sabe viver com pouco, sempre saberá viver em quaisquer situações, mas aqueles que só sabem viver com muito, nas mínimas provações e ausências irão sofrer e se desesperar. Esses últimos se confundem com seus excessos, e na falta deles, não se reconhecem.
Abandone o que não faz sentido, não faz diferença, não faz falta e não faz bem. Mantenha somente o necessário, o que agrega!
Todo excesso é energia acumulada em local inapropriado, estagnando o fluxo da vida. Excesso de excessos corresponde à falta de si mesmo. E se o que te falta é você, nada poderá preencher esse vazio...


Carlos Hilsdorf

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Aceitar é começar a ser feliz - Carlos Hilsdorf

"Aceitação não é comodismo ou fuga, o ato da aceitação equivale a envolver com amor profundo os fatos que não podemos alterar e encará-los como circunstâncias a serem vivenciadas e vencidas para o fortalecimento do nosso ser" Há momentos na vida, onde tudo parece estar perfeito, maravilhoso, melhor que o sonhado. Muitos desses momentos têm continuidade e nos permitem experimentar esta sensação de alegria profunda e realização, outros não. Alguns desses momentos são subitamente interrompidos por causas inesperadas, fatos inusitados e circunstâncias inimagináveis.

Uma amiga acaba de perder o bebê aos dois meses de gestação. Somente as mães compreendem em profundidade a dor oriunda de uma situação como essa. Nós exercitamos a empatia e imaginamos o que significa, mas por mais que nos sensibilizemos não podemos experimentar a mesma dor.

É conhecida a frase: a dor é inevitável, o sofrimento opcional. Nessas circunstâncias não é bem assim; para uma mãe ou futura mamãe que perde um filho em gestação, o sofrimento não é opcional, é uma realidade inevitável. Nessas circunstâncias, a frase deve ser adaptada para: "a dor é inevitável, a forma de enfrentar o sofrimento é opcional!".

Há circunstâncias na vida onde não possuímos controle ou possibilidade de interferência ao ponto de mudar os resultados: resta-nos não como consolo, mas como atitude inteligente e digna o exercício da aceitação.

Dentro das principais opções que temos para enfrentar o sofrimento estão: o desespero, a raiva, a indiferença, a mágoa, a ira, a revolta, a depressão, a alienação e a aceitação. A única que não agrava nossos problemas e possui efeitos benéficos é a aceitação.

O exercício da aceitação é tanto mais fácil e possível quanto maior for o nosso grau de consciência, maturidade e espiritualização.

Aceitar é ser verdadeiramente humilde diante dos fatos inevitáveis e das circunstâncias imutáveis. A humildade nos faz reconhecer o limite das nossas possibilidades diante do universo ao nosso redor. Aceitação não é comodismo ou fuga, o ato da aceitação equivale a envolver com amor profundo os fatos que não podemos alterar e encará-los como circunstâncias a serem vivenciadas e vencidas para o fortalecimento do nosso ser.

Diante dessas situações, seja forte. O mundo é dos fortes, diria uma sábia amiga se estivesse ao meu lado agora que escrevo este artigo. A verdadeira força reside nas capacidades de aceitação e de recomeçar.

Compreender as coisas, nem sempre diminui a dor e o sofrimento, mas nos permite optar por enfrentar a dor e o sofrimento com inteligência, dignidade e resignação.

Chamamos de resiliência a capacidade psicológica de, submetidos a fortíssimas pressões, conseguirmos retornar ao equilíbrio e retomar nossas vidas, realizando um novo começo.

Nessas circunstâncias onde a humildade e a aceitação são nossas maiores virtudes, vale lembrar três reflexões:

1) A prece da serenidade: "Senhor dá-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar,coragem para mudar as coisas que eu possa e sabedoria para que eu saiba a diferença."

2) Uma reflexão que faço em meu livro Atitudes Vencedoras: "A fé é a certeza que fica quando todas as outras deixam de existir!"

3) Um conselho repetido muitas vezes por Omar Cardoso (pesquisador de astrologia e importante radialista brasileiro da década de setenta): "Todos os dias sob todos os pontos de vista, vou cada vez melhor!"

Estas três reflexões juntas nos permitem compreender que humildade e aceitação constituem o princípio da serenidade; que nossa fé deve ser superior a nossas dores e sofrimentos, mesmo quando não podemos compreender porque determinadas coisas aconteceram, justamente quando tudo parecia perfeito, e; que a certeza de um amanhã, de um renascer onde poderemos estar melhores a cada instante, deve nortear nosso recomeço.

Seja qual for a dor que te aflige, opte por enfrentar o sofrimento pela via da aceitação: a dignidade desse caminho lhe fornecerá as forças para renascer e recomeçar e assim como a mitológica ave Fênix, você renascerá das próprias cinzas (do sofrimento que vem lhe consumindo).

Viver é renascer e recomeçar a cada dia, como repetia com profundo amor Francisco Cândido Xavier: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".

Por mais difícil que seja este momento, ele não é o fim. Acredite, pode até parecer, mas não é o fim.

Pratique a humildade, aceite a realidade e recomece, recomece sempre...

Quanto mais cedo você exercitar a aceitação, mais cedo começará a ser feliz...

Seja forte!


Carlos Hilsdorf

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Cada um tem o seu Shangri-la, encontre-o - Carlos Hilsdorf

Talvez hoje seja seu aniversário ou de alguém a quem você ama; uma amiga, um parente, um professor. Aniversários têm sempre um significado especial. Eles no lembram a data em que fomos matriculados neste estágio da escola da vida e sugerem um balanço do que realizamos até o momento, como anda a nossa missão existencial, a tão aclamada lenda pessoal (me lembro de Joseph Campbell) que cada um de nós vive de forma particular e única.


Nesta data, muitas pessoas se lembram de nós. Lembram-se os amigos e todos os que nos nutrem carinho e consideração. Nesta data, nós também nos lembramos deles, de tudo o que vivemos em sua companhia e, inevitavelmente, de tudo mais o que vivemos, os fatos e pessoas que marcaram... os risos e as lágrimas que deram o tom da nossa trilha sonora existencial. Desfilam em nossa mente: pessoas, situações, livros, fotos, músicas, filmes, tudo o que compôs o cenário de nossas vidas até o momento...

Horizonte perdido

Quando eu era ainda uma criança, o primeiro filme que me impactou, ainda bem pequeno, foi “O Horizonte Perdido” (The Lost Horizon). Nas locadoras há duas versões desse filme, a que me refiro é a que possuía a trilha sonora de Burt Bacharach.

Baseado no livro de James Hilton, esse filme, mistura de realismo fantástico, musical, romance drama e filosofia, conta a estória de um avião que cai nas montanhas durante uma tempestade de neve. Seus passageiros buscando abrigo e alimento são resgatados por uma equipe que os conduz a Shangri-la, um paradisíaco lugar entre as montanhas onde as pessoas vivem em harmonia, não envelhecem e desfrutam da paz proveniente da moderação e da cooperação. Tudo isso ocorre desde que não deixem Shangri-la, pois sair desse “éden” significa perder todos esses benefícios.

Visto hoje, a parte musical do filme parece ingênua e até infantil, mas os diálogos e a proposta mítico/metafórica de Shangri-la perderá o significado jamais...

Existe um lugar a salvo das tempestades do mundo, um lugar onde existe paz, amor e harmonia, onde a moderação e a cooperação permitem a qualidade de vida. Um lugar onde a gente não envelhece. Neste lugar o amor de nossas vidas e nossa missão esperam por nós...

Quando o encontrarmos seremos felizes, desde que tenhamos a coragem de abandonar “a velha civilização” e tudo mais que ficou “ para além das montanhas” sagradas de Shangri-la.

O paraíso tem lá suas condições...

Se você ainda não viu esse filme, veja. Veja, preferencialmente, a versão com trilha de Burt Bacharat (a versão colorida por computador, a anterior permaneceu somente em preto e branco), você se beneficiará com os diálogos e com as reflexões que poderá fazer partindo deles...

Shangri-la existe! Está dentro do seu coração. Neste lugar, nenhuma tempestade poderá atingi-lo. Em Shangri-la, todos os dias são dias do seu aniversário. Nesse lugar “mágico” suas lembranças estarão vívidas e você experimentará a paz... Desde que, tendo encontrado esse paraíso perdido dentro de si mesmo, você não tente voltar para as coisas que ficaram para trás.

Shangri-la é um lugar que está sempre à sua frente, quando encontrá-lo viva nele, não o deixe. Se tentar partir e voltar para o “velho mundo” poderá passar o resto de seus dias buscando o caminho de volta...

Cada um de nós tem um sentido, um significado, uma interpretação para este metafórico lugar do realismo fantástico... Cada um de nós tem o seu próprio Shangri-la.

Feliz aniversário!

Em Shangri-la sempre será o dia do seu aniversário...

Por que lá você renasce todos os dias...
Carlos Hilsdorf 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Por que as aparências não enganam - Carlos Hilsdorf


Na vida, não são as aparências que enganam, como pensa o senso comum. O que nos engana é o fato de não olharmos atentamente para as pessoas e situações com as quais nos envolvemos; o fato de generalizarmos nossas conclusões e a dificuldade que temos em assumir que nossas decisões e julgamentos estão equivocados.

Prestamos menos atenção nas coisas do que deveríamos. Nosso desejo de que as coisas sejam como gostaríamos que fossem nos apressa em nossas conclusões, por isso nos enganamos.

Encontramos alguém que demonstra não possuir os defeitos que a pessoa anterior possuía, e... Pronto! Já concluímos que encontramos a pessoa que estávamos buscando, afinal, esta não possui o que nos incomodava na outra.

Ora, o fato de alguém não demonstrar determinados defeitos não significa que não os possua. Ela pode estar se “policiando” para não os deixar transparecer, pode ser que a situação para que eles se manifestem ainda não ocorreu, ou ela pode, de fato, não possuir esses defeitos. Mas e quanto aos outros defeitos que possuirá, seriam mais ou menos graves do que aqueles dos quais estávamos fugindo?

Não encontraremos pessoas sem defeitos. Mas, o fato dela não possuir os defeitos que a pessoa anterior possuía, não pode, por si só, nos levar a concluir que encontramos a pessoa ideal. Não foram as aparências que nos enganaram, fomos nós mesmos, precipitados “em preencher a vaga”.
Outra questão que causa ilusões reside em nosso hábito de generalizar as coisas.

Muitas vezes, uma pessoa que te ama e respeita mais que a anterior, pode ser mais tímida e reservada em suas demonstrações. O fato de alguém te dar todas as provas de amor não significa que ela te ama, e o fato de outra, não dar tantas demonstrações assim, não significa que não te ame. 

Pessoas diferentes agem de maneira diferente. De novo, não são as aparências que nos enganam, mas o fato de generalizarmos que quem ama deve agir da maneira que imaginamos ser a correta e de que, na ausência dessas atitudes, a pessoa não nos ame...

Idioma sentimental
Você conhece as suas atitudes quando ama, não as do outro. Talvez o idioma sentimental do outro seja tão diferente que vocês precisarão de um tempo para aprender a traduzir um ao outro.

Há amores “melosos e grudentos”, que terminam com a primeira trovoada, e outros que, aparentemente mais distantes, resistem às mais difíceis tempestades. Há pessoas que dizem que dariam a vida por você, mas em uma situação real, fugiriam à primeira dificuldade. E há outras que nunca te prometeram nada, mas suportariam as dores mais profundas em nome desse amor.

Outra situação que engana mais que as aparências é o fato de que, quando percebemos que escolhemos mal e não prestamos a devida atenção antes de decidir, começamos a encontrar justificativas e distrações para não enfrentar a realidade. Para fugir da dor de admitir que fomos tolos, vamos tentando fazer a ilusão virar realidade, até o ponto onde ela se transforma em pesadelo. Aí, exatamente aí, diremos: as aparências enganam!

Não são as aparências que enganam. Somos nós que nos enganamos porque não queremos olhar para as coisas como elas realmente são. Preferimos nos enganar enquanto for possível.

Perceber o quanto somos ingênuos e irresponsáveis em tantos momentos da vida fere nossa inteligência, nosso orgulho e vaidade.
Para escapar mais uma vez desta realidade, colocamos a culpa nas aparências – são elas que nos enganam, fulano nos enganou...

Melhor aceitar a realidade: nós nos enganamos. A fantasia parece sempre mais convidativa que a realidade, mas seu preço é sempre mais alto!

Para enganar-se menos, dedique mais atenção, não julgue o todo pela parte e assuma seus erros de avaliação.

Os que choram não são sempre os mais tristes. Os que riem não são sempre os mais felizes. Os que mais falam em Deus não sempre os que O tem mais no coração. E muitas vezes, quem te ama em silêncio é mais efetivo que aquele que te manda flores todas as manhãs...

Carlos Hilsdorf

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Transforme a dor da saudade em sentimento de bem-estar - Carlos Hilsdorf


Saudade, uma das mais belas palavras da língua portuguesa e um dos mais intensos sentimentos que podemos experimentar na existência.
A saudade está diretamente ligada ao amor e à paixão, independente de pelo que ou por quem nos apaixonamos, o que, ou quem amamos: um ser, uma situação, uma fase de nossas vidas...
A saudade, quando associada a uma pessoa é um tipo de dor, um tipo de ausência, um vazio imenso. Chega a ser tão intensa que pode ser sentida fisicamente como uma dor diferente de todas as outras, uma dor que ironicamente nos faz bem, porque de alguma maneira nos faz sentir conectados a quem amamos. É como se a pessoa estivesse muito próxima, mas não pudéssemos tocá-la...


Por isso, costumo definir a saudade como a presença intensa e constante de alguém ausente!


Saudade é um profundo sentimento de conexão, um elo invisível de ligação que nos mantêm, onde quer que estejamos, sempre “próximos” de quem lhe deu origem.
Quando observarmos a saudade no âmbito das pessoas, somos convidados a perceber que a unicidade de cada ser humano, sua energia, seu carisma, suas particularidades, expostos na sua maneira de pensar e agir, impregnam o ambiente e as nossas percepções. A saudade é uma espécie de fome e sede do magnetismo dessa personalidade que nos faz tanta falta.
Sentimos falta do tom de voz, da maneira de falar, de suas atitudes mais simples e, no caso do amor, de tudo, absolutamente tudo que atinge os nossos cinco sentidos. Sentimos falta do cheiro da pele da pessoa amada, da sua respiração, da expressão dos seus olhos, de seu sorriso, do seu toque... Sentimos falta até do que ultrapassa os cinco sentidos: da presença espiritual dessa pessoa, do contato com sua alma. Preferimos ter a pessoa perto de nós, mesmo na ausência de contato direto com ela. O simples fato dessa pessoa existir e estar a nosso lado nos basta.

A saudade é a maior expressão do amor verdadeiro no âmbito das relações afetivas.


Parafraseando o poeta Coelho Rangel, podemos dizer que saudade é o anseio do rio que chega ao mar; e sem saber de onde veio, tem vontade de voltar.
Esse pensamento de Coelho Rangel deixa claro que saudade é o desejo intenso de reunir o que já esteve unido e, mesmo tendo se separado não perdeu a unidade. É o desejo de unir fisicamente o que nunca esteve separado em espírito. A saudade, sem dúvida é a memória do coração.
A saudade amorosa é bem definida nestes versos de Vinícius de Moraes:

“Como dizia o poeta
Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não”



Mas a saudade não está presente apenas no amor e na paixão dos amantes, ela é também uma ponte entre o presente e o passado.


Saudade de nós
Não sentimos saudade apenas das outras pessoas, muitas vezes sentimos saudades de nós mesmos, da pessoa que fomos antes que algum acontecimento, decepção ou frustração nos transformasse em alguém diferente, às vezes irreconhecível. A saudade é um caminho onde as lembranças buscam encontrar as marcas do que fomos.
Quando sofremos uma dor intensa, seja de que origem for, na tentativa de fugir da dor, usamos nossa criatividade para elaborar um outro “eu”, um “eu” que teoricamente, por ser diferente, por ser outro, não precise carregar aquela dor. Passamos a agir como se fossemos uma outra pessoa, mas na verdade, na intimidade do ser, sabemos que não somos e, passamos a sentir saudades de quem verdadeiramente somos. Mas voltar a ser quem fomos implica enfrentar nossas dores deixadas para trás na velocidade de nossas fugas. Esta saudade dói e dói muito, corresponde à vontade de fazer um caminho de volta para um lugar (nós mesmos) especial e desejado, mas o caminho não é prazeroso, a estrada não é plana e a viagem não é confortável.


A saudade de si mesmo é talvez a mais dolorosa de todas, porque estar na praia sem poder entrar no mar é sem dúvida o lugar mais distante que podemos estar do próprio mar.


Acontecimentos marcantes, alegrias intensas, fases e idades anteriores, tudo isso possui magia e poesia observadas da ponte da saudade. O tempo e a distância evidenciam e valorizam as coisas mais simples. Assim como a fome é um excelente tempero, a saudade tempera nossas vidas.
Do presente, olhamos o passado com saudade, saudade que não sentíamos àquela época, ou porque não percebíamos o seu valor, ou porque agora estamos superestimando este valor comparado a um momento atual de menor significado.
A saudade é a ponte entre o presente e o passado. Ela nos permite visitar o passado, reviver cenas e emoções, mas não nos permite permanecer no passado. Sempre que cruzarmos a ponte teremos que voltar. Tentar permanecer vivendo no passado causa uma ruptura grave e de sérias consequências no presente. No futuro teremos muitas saudades do presente, então, é melhor vivê-lo plena e intensamente, porque pior do que a saudade do que vivemos é o arrependimento do que poderíamos ter vivido e não vivemos.


Podemos medir nossa vida pela natureza e intensidade das nossas saudades. E para estarmos seguros de que a vida está valendo a pena, devemos observar se o momento presente será digno de saudades no próximo segundo.
Lembrando os versos clássicos e maduros de Francisco Octaviano em “Ilusões da Vida”:
“Quem passou pela vida em brancas nuvens
E em plácido repouso adormeceu
[...]
Quem passou pela vida e não sofreu
Foi espectro do homem, não foi homem.
Só passou pela vida, não viveu.”



Recordar é viver, mas viver é melhor! Viva intensamente o momento presente e deixe que a saudade seja “apenas uma foto” de um filme onde você é o protagonista. Um filme que ainda lhe reserva as melhores cenas da história, esta mesma história cuja saudade conta os capítulos anteriores!
Que o making of de sua vida seja tão interessante quanto o filme pronto e que as lágrimas da saudade não borrem porque você escolheu viver sem maquiagem. A personagem é você, o resto são detalhes, detalhes difíceis de esquecer porque pertencem a você!
A saudade não deve ser uma algema a te aprisionar ao que já passou, mas uma janela de onde você pode observar que, da mesma forma em que as dificuldades passaram e a beleza de cada momento permaneceu, a vida continuará valendo a pena de agora em diante e oferecendo oportunidades de sentir novas e melhores saudades a cada instante.

Carlos Hilsdorf

terça-feira, 27 de março de 2012

Somente o necessário - Carlos Hilsdorf

Embora as pessoas reclamem com imensa frequência daquilo que não possuem, existe outra questão que merece toda a nossa atenção: aquilo que possuímos em excesso.

Aliás, os excessos costumam ser mais prejudiciais que as faltas, mas demoram mais para serem percebidos. As faltas nós notamos imediatamente, os excessos só quando despertam a nossa consciência. 
Comemos em excesso (observe você mesmo), trabalhamos em excesso (anda cansado, não é?), guardamos coisas em excesso (dê uma olhada em suas gavetas), nos importamos em excesso com a opinião dos outros... Há um excesso de preocupações e acúmulo de “gorduras” em diversas áreas de nossas vidas.

Em geral, possuímos mais do que necessitamos para ser feliz, mas continuamos insistindo na desculpa de que não somos felizes porque nos falta alguma coisa. E de fato falta: falta assumirmos um estilo de vida mais franco, sincero e liberto.

Tudo o que temos em excesso demanda tempo e energia para ser administrado. Roupas demais, CDs demais, bagunça demais, lembranças demais (fique com as que valem a pena, pelo aprendizado ou felicidade que trouxeram), compromissos demais, pressa demais.

Todos nos beneficiaremos com a prática de determinado nível de minimalismo (sem excessos, porque isso também pode ser demais). Podemos reinventar nossa maneira de viver para viver com o necessário. Não precisa ser o mínimo necessário, pode haver algumas sobras, mas sem os exageros de costume.

Viver melhor com menos. Isso traz uma sensação de leveza e felicidade tão maravilhosa que todos devemos, ao menos, experimentar. Na melhor das hipóteses, aprendemos e adotamos um novo estilo de vida.

Quem está em processo de mudança, reconhece rápido o quanto acumulou de coisas em excesso, e aprende que pode viver tão bem, ou melhor, com muito menos!

Se vamos acampar, somos felizes apenas com uma mochila...

Liberte-se dos excessos de todo o tipo: excesso de informação (aliás, muita coisa é só ruído, nem mereceria sua atenção); excesso de produtos e serviços (consumismo é uma válvula de escape para não olharmos para nossa própria existência e para o vazio que buscamos inutilmente preencher com compras); excesso de relacionamentos (nem todos valem a pena, não é verdade?). Viva mais com menos, experimente algum nível de minimalismo. Permita-se sentir-se livre dos acúmulos e excessos.

Nada é mais gratificante que a liberdade, a sensação de que você se basta sem precisar de um arsenal de coisas, sons e cores a seu redor. Dedique-se a experimentar essa libertadora sensação. Quem sabe viver com pouco, sempre saberá viver em quaisquer situações, mas aqueles que só sabem viver com muito, nas mínimas provações e ausências sofrem e se desesperam. Esses últimos se confundiram com seus excessos... e na falta deles, não se reconhecem.

Nunca sabemos se viveremos com o que temos, com mais ou menos no dia de amanhã, mas se aprendermos a viver com o que é essencial, viveremos sempre bem. 

Todo excesso é energia acumulada em local inapropriado, estagnando o fluxo da vida. Excesso de excessos corresponde à falta de si mesmo. E se o que te falta é você, nada poderá preencher esse vazio...

Carlos Hilsdorf



domingo, 25 de março de 2012

Há um caminho por trás de cada porta - Carlos Hilsdorf

As portas não se abrem sempre da mesma maneira. Os mesmos caminhos que nos levam ao êxito podem também ocasionar o fracasso. A substância que cura também pode matar. Tudo é uma questão da dose, do momento, da aplicação...

Veja o caso da repetição: repetir é uma das condições necessárias à aprendizagem.
Dizemos que alguém aprendeu determinada função, ação ou conhecimento, quando é capaz de repetir em situações idênticas ou semelhantes, a mesma sequência, raciocínio ou processo.

Porém, nossa capacidade de repetir nos conduz inúmeras vezes ao engano.
Aprendemos como abrir uma porta, generalizamos este processo e começamos a abrir todas as portas fechadas que encontrarmos... Até que um dia encontramos uma porta que, em várias tentativas, simplesmente, não abre...

Fomos enganados pelo hábito da repetição. Simplesmente, a maçaneta está ao contrário, ou o sentido da chave está invertido. O fato é que ficamos algum tempo paralisados, pensando porque a porta não abre se fizemos tudo direito?

Quando “congelamos” no processo de repetição, ocorreu apenas uma fase do processo de aprendizagem, mas não a mais importante delas: aquela que dá origem, conhecimento.

O conhecimento nos permitirá utilizar respostas diferentes diante de novos desafios.
Foi assim que reagimos diante da porta:

As portas se abrem girando a maçaneta para a direita. Estou diante de uma porta. Giro a maçaneta para a direita e a porta não abre, logo... Não posso abrir essa porta.

Quando o mais correto seria reagirmos assim:

Uma grande quantidade de portas se abre girando a maçaneta para a direita.

Estou diante de uma porta. Giro a maçaneta para a direita e a porta não abre... 

Bom... Que tal tentar girar para a esquerda?
Sim, posso abrir essa porta, basta compreender como está fechada, ao invés de ficar repetindo as maneiras como abri as portas anteriores.

É extremamente simples! Na vida, as portas não se abrem sempre da mesma maneira.

Com base neste raciocínio, pare e reflita: quais são as portas que não se abrem na sua vida?

• Você está preso à solidão? Abra a porta para estabelecer relacionamentos.

• Está preso no quarto escuro da mágoa? Abra as portas do perdão.

• Se encontra confinado aos acontecimentos passados? Abra a porta do presente.

• Sente-se aprisionado pelo seu potencial atual? Abra as portas do aprendizado de coisas novas.

Sim, eu sei, você vai me dizer que já tentou fazer isso várias vezes, mas as portas não se abriram, parecem estar emperradas... Mas, espere um pouco... Será que você girou a maçaneta para o lado certo?

O fato das coisas não darem certo em noventa e nove tentativas, não significa que não darão certo na centésima, especialmente se você tentar de uma forma diferente.

Não viva aprisionado às generalizações. Você não é uma estatística, é um ser de potencial ilimitado.

Não se esqueça também que você pode mudar de porta... As portas que não se abrem servem para duas coisas básicas em nossas vidas:

1) Testar nossa perseverança, garra e inteligência em abri-las;

2) Fazer-nos perceber que nosso caminho não passaria por aquela porta, que estávamos diante da porta errada.

Só os mais experientes e mais sábios descobrem rapidamente a diferença. A maioria das pessoas se engana: insiste na porta errada e desiste da porta certa. Preste atenção nisso!

Labirinto de portas

A vida é um labirinto de portas. Para cada uma que você abrir, outra surgirá, e o que está por trás de cada uma delas, jamais será a mesma coisa. Nem você será o mesmo, dependendo das portas que escolher...

Entre todas essas portas, existe uma fundamental: aquela que só abre por dentro e dá acesso ao seu coração. 

É por essa porta que entram a Luz de Deus, o seu verdadeiro amor, os amigos.

E é por ela que você sai do passado, abandona suas mágoas, frustrações e limitações e parte na direção de novas possibilidades e oportunidades.

Essa porta que só abre por dentro também parece não abrir em determinadas situações: inverta o sentido da maçaneta! Porque, na vida, é perdoando que se é perdoado, é amando que se é amado, é dando que se recebe.

Abra as portas do coração e da alma e, em seguida, vá abrindo todas as portas significativas que a vida colocar à sua frente, menos aquelas que sua própria alma e coração disserem não ser para você!

Não se preocupe em saber a diferença agora. O tempo, a experiência e, sobretudo, um coração humilde lhe ensinarão a reconhecer a diferença.

Há uma porta esperando para ser aberta neste exato momento, só depende de você! 

Carlos Hilsdorf

Postagens mais visitadas