Quais são as suas verdades, os seus sentimentos e a energia que você carrega?
A resposta a essas perguntas é a chave para entender a ideia de que cada um só pode dar o que tem.
Essa frase tão simples carrega uma verdade profunda sobre a natureza humana e as nossas relações.
Imagine que você é como um copo.
Se o seu copo estiver cheio de água limpa, você pode compartilhar essa água com os outros, oferecendo algo que refresca e nutre.
Mas, se o copo estiver cheio de algo amargo ou contaminado, o que você oferece também refletirá isso.
Essa é a essência da vida: o que carregamos por dentro inevitavelmente transborda para o mundo ao nosso redor.
Muitas vezes, esperamos receber do outro aquilo que ele simplesmente não tem para oferecer.
É como pedir frutas a uma árvore que ainda não deu frutos ou exigir amor de quem não aprendeu a amar nem a si mesmo.
E isso não significa que essas pessoas sejam ruins ou incapazes, mas sim que o que elas dão está diretamente relacionado ao que possuem internamente.
Reconhecer isso é libertador.
Quando entendemos que o outro dá o que tem, conseguimos deixar de lado expectativas irreais e nos relacionar com mais empatia.
Essa reflexão também nos convida a olhar para dentro.
O que estamos oferecendo ao mundo?
Muitas vezes, queremos transmitir alegria, mas estamos presos à tristeza.
Queremos espalhar amor, mas carregamos rancor.
Queremos inspirar, mas nos sentimos estagnados.
A verdade é que não podemos dar ao outro algo que nós mesmos ainda não possuímos.
Por isso, o autocuidado e o autoconhecimento são tão importantes.
Eles nos ajudam a preencher nosso copo com aquilo que queremos compartilhar.
Ao mesmo tempo, entender que cada um dá o que tem também nos ajuda a perdoar.
Muitas feridas emocionais surgem de expectativas frustradas.
Esperamos apoio de quem não sabe oferecer amparo.
Esperamos palavras gentis de quem foi ensinado a se comunicar através da dureza.
Quando compreendemos que o outro só pode dar o que tem, conseguimos enxergar além das ações e palavras, alcançando a essência daquela pessoa.
E isso abre espaço para o perdão, tanto dos outros quanto de nós mesmos.
É importante lembrar que o que carregamos não é estático.
A cada dia, temos a oportunidade de aprender, crescer e nos renovar.
Podemos substituir a raiva por compaixão, a insegurança por confiança, a escassez por abundância.
Essa transformação exige esforço e coragem, mas é o que nos permite dar ao mundo o melhor de nós.
Portanto, antes de exigir algo de alguém, pergunte-se o que você tem a oferecer.
E antes de julgar o que o outro está dando, reflita sobre o que ele carrega dentro de si.
A vida é um reflexo do que somos por dentro.
Quanto mais nos preenchermos de coisas boas, mais poderemos espalhar isso ao nosso redor.
E assim, criamos um ciclo positivo que beneficia a todos.
Cada um só pode dar o que tem.
Que isso nos inspire a cultivar o melhor dentro de nós e a olhar para o outro com mais empatia e compreensão.
Porque, no fim, é esse eco de bondade e generosidade que transforma o mundo.
Márcia Fernandes