Não existe, em minha opinião, nada
mais asfixiante que o preconceito. Não interessa pelo que seja. Discriminar
pessoas, lugares ou tradições porque não correspondem ao nosso ideal é – no
mínimo – desrespeitoso. Cada um deve ter sua liberdade de SER. E de viver. E
não estou falando apenas de raça, sexo ou religião. Estou falando de
preconceitos que vão muito além de sermos negros, brancos, ou amarelos. Hetero,
bi, ou homossexuais. Católicos, protestantes ou espíritas (sei que a lista é
grande, mas não é nisso que vou me focar). O que quero dizer é que infelizmente
a sociedade (e nós mesmos) rejeitamos tudo o que nos é diferente.
Principalmente no amor. Criticamos quem está solteiro (se estamos
casados). Fazemos piadinhas com quem resolveu chutar o balde e começar de
novo (se não temos coragem de mudar nem a cor do esmalte). Viramos a cara para
quem não quer ter filhos. Recriminamos quem faz sexo demais - ou de
menos, dependendo de como anda a nossa vida entre quatro paredes. Na verdade,
todo comportamento que foge a um padrão pré-estabelecido nos traz medo e
insegurança. Aí eu te pergunto: por quê?
Em busca de respostas (que nunca me
satisfazem totalmente), fui a uma palestra da psiquiatra e escritora Regina
Navarro que me despertou para outro lado da moeda. Segundo a escritora, o
contexto histórico e cultural de uma época dita os preconceitos da maioria das
pessoas em relação ao amor e o sexo. Pensando assim, será que realmente
estamos no século 21? Ou será que vivemos um pouco na Idade Média, ou um pouco
no Iluminismo, com rótulos que vêm nos perseguindo durante milhares de anos?
Fernanda Mello
Nenhum comentário:
Postar um comentário