terça-feira, 27 de março de 2012

Saber...Realizar-se...Crescer - Roque Schneider

1 - A vida é uma escola, um colégio, um grupo escolar, uma universidade. Em seus bancos, rudes ou agradáveis, a gente vive aprendendo, porque as lições diárias entram pelos olhos, pela carne, pela alma.

O analfabeto é um subnutrido cultural. Seus horizontes, via de regra, têm o tamanho de uma caixa de fósforos e sua cabeça é geralmente vazia.

Ciência, cultura e saber são importantes degraus na escada da vida. Especialmente na competitiva civilização atual, onde vencem melhor os bem preparados.

Quem são os mais sábios: os especialistas de um assunto, ou os donos de uma cultura geral?

O filósofo Ralph Barton Perry não entoa entusiásticos aleluias nem ao especialista nem ao homem de cultura generalizada. Amargo ou irônico, exagerado ou próximo da verdade, eis o seu depoimento:

- O especialista conhece cada vez MAIS em relação a cada vez MENOS, até chegar à perfeição de saber quase TUDO SOBRE NADA ...

- O generalista conhece cada vez MENOS em relação a cada vez MAIS, até saber praticamente NADA SOBRE TUDO!
2 - O cotidiano rotineiro fabrica também seus filósofos. Todo simplicidade, "seu" Albuquerque confessou:

- Quando casamos, minha mulher e eu fizemos um trato. Eu decidiria nas coisas importantes e ela, nas secundárias.

- E deu certo o trato? - perguntou-lhe vizinho.             

Deu sim. Até agora nada aconteceu de importante ...

E, uma conversa entre velhos amigos, este diálogo existencial:

- O seu filho já pensou na carreira que vai abraçar?

- Por enquanto, ele só pensa em abraçar as namoradas!
3 - Os literatos têm lá sua opinião também, mergulhando a pena na tinta da escola da vida. Fala Mário da Silva Brito:

- SABER é um debater-se e um ferir-se contínuos contra as dúvidas, incertezas e contradições.

Essa luta para o encontro da verdade, ou, pelo menos, da momentânea verdade, é que nos tranquiliza a mente, que nos supre a necessidade de algum conhecimento mais estável. Mas resta, sempre, a convicção de que vivemos num tempo em que todas as ideias e conceitos são provisórios.

4 - Os poetas sempre tiveram antenas de fina sensibilidade. Captam sutilezas que o comum dos mortais jamais descobre, desvendam universos que a "nossa vã filosofia" escolar nem pressente. Cecília Meirelles escreve:

- Tudo palpita em redor de nós, e é como um dever de amor aplicarmos o ouvido, a vista, o coração a essa infinidade de formas naturais ou artificiais que encerram seu segredo, suas memórias, suas silenciosas experiências.

A rosa que se despede de si mesma, o espelho onde pousa o nosso rosto, a fronha por onde se desenham os sonhos de quem dorme, tudo, tudo é um mundo com passado, presente, futuro, pelo qual transitamos atentos ou distraídos.

Pe. Roque Schneider In Pausa para meditação 

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