Guardei meu poema dentro de uma bolha de sabão.
Como não ficar seduzida
pela circunstância lisa e transparente,
onde o arco-íris passeia docemente
e morre de amores pela espuma colorida?
Acomodado na nova moradia,
o poema suspirou e adormeceu.
Quando acordou, já não mais me pertencia.
A bolha de sabão se deslocara
e o poema apaixonado que eu criara
descobriu de repente que era teu.
Flora Figueiredo
In Chão de Vento
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