sábado, 3 de dezembro de 2011

Perseverança - Flora Figueiredo



Sofro pela espera longa e infundada,
pela flecha que saiu sem dar em nada,
pelo remo que quebrou sem navegar,
pela rocha que tombou, partiu-se ao meio
e brotou pedras onde eu quis colher centeio,
pela manhã que amanheceu sem se deitar.

Escuto a cotovia que insinua
que o cravo morreu, mas a terra continua.

Bendigo o chão por cada grão e me comovo.
Parto de novo.



Flora Figueiredo

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