Versos e Poesias
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
Amar e esquecer,
Amar e malamar,
Amar, desamar, Amar?
sempre, e até de olhos vidrados Amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e Amar?
Amar o que o mar traz à praia, o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e Amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave
de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
Amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
entre criaturas, amar?
Amar e esquecer,
Amar e malamar,
Amar, desamar, Amar?
sempre, e até de olhos vidrados Amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e Amar?
Amar o que o mar traz à praia, o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e Amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave
de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
Amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário