terça-feira, 17 de março de 2015

Repense - Lígia Guerra

Como palestrante entro em contato com um número imenso de mulheres em todo o Brasil. Tenho percebido que por mais que sejamos batalhadoras, bem resolvidas, grandes parceiras, excelentes profissionais ou mães dedicadas, sempre acabamos sendo rotuladas por algum motivo. Já reparou nisso? 

Se você é inteligente, é uma ameaça. 
Se é bem sucedida, é questão de sorte e não de competência. 
Se é gordinha, é uma baleia. 
Se é magra, é neurótica. 
Se é linda, é burra. 
Se for taxada de feia, é sobra. 
Se quiser casar, é desesperada. 
Se não quiser casar, é predadora. 
Se quiser ter filhos, é descomprometida com a carreira. 
Se não quiser ter filhos, é egoísta. 
Se gosta de sexo, é vagabunda. 
Se não tiver descoberto o prazer, é geladeira. 
Se tiver opinião, é mandona. 
Se for tímida, é insossa. 
Se tiver ambição, é interesseira. 
Se quiser adotar uma vida simples, é alienada. 
Se gosta de cuidar da casa e da família, é mulherzinha. 
Se não gosta das atividades do lar, é uma porca. 
Se for religiosa, é beata. 
Se for questionadora, é bruxa. 
Se rir alto, é escandalosa. 
Se não rir, é mal humorada. 
Se for solteira, é encalhada. 
Se for separada ou viúva, é concorrente. 
Se for alegre, é fingida. 
Se for discreta, é antipática. 

Não somos produtos. Não somos embalagem. Não somos objetos. Não precisamos de rótulos. Repense nos preconceitos que você sofre. Repense nos preconceitos que você nutre e reproduz sobre si mesma e em relação a outras mulheres. Todos eles, de uma forma ou de outra, respingam em todas nós. 

Preconceitos oprimem e adoecem a alma feminina. Cada estigma que aceitamos, torna-se um fardo pesado que acabamos carregando por uma boa parte das nossas jornadas e que sabota profundamente a nossa alma e os nossos talentos. Repense. 


Lígia Guerra

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