Subo a escada devagar para sentir nos cascos a quentura da pedra.
Uma borboleta pousou no corrimão bem ao meu alcance.
Prendi-a pelas asas, mas tremeu tanto que soltei-a.
Saiu voando buleversada como se tivesse ficado cem anos presa.
Nos meus dedos, o pó prateado. Tão breve tudo.
Prendi assim a alegria, ainda há pouco foi minha,
mas se debateu tanto que abri os dedos antes que a ferisse,
não se pode forçar.
Um pouco mais que se aperte e não fica só o pó, mas a alma.
Lygia Fagundes Telles
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
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Oi querida sempre linda com as poesias e citações e assim vai aumentando a saudade no meu coração, venha minha poeta quem sabe um dia nosso livro sai!!!!!!!!! beijosssssss!!!!!!
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