Alheia a nós, em nós e fora,
Rui a hora, e tudo nela rui.
Infelizmente a alma o chora.
De que serve? O que é que tem que servir?
Pálido esboço leve
Do sol de inverno sobre meu leito a sorrir...
Vago sussurro breve.
Das pequenas vozes com que a manhã acorda,
Da fútil promessa do dia,
Morta ao nascer, na esperança longínqua e absurda
Em que a alma se fia.
Fernando Pessoa
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