Olho o Tejo, e de tal arte
Que me esquece olhar olhando,
E súbito isto me bate
De encontro ao devaneando —
O que é ser-rio, e correr?
O que é está-lo eu a ver?
Que me esquece olhar olhando,
E súbito isto me bate
De encontro ao devaneando —
O que é ser-rio, e correr?
O que é está-lo eu a ver?
Sinto de repente pouco,
Vácuo, o momento, o lugar.
Tudo de repente é oco —
Mesmo o meu estar a pensar.
Tudo — eu e o mundo em redor —
Fica mais que exterior.
Vácuo, o momento, o lugar.
Tudo de repente é oco —
Mesmo o meu estar a pensar.
Tudo — eu e o mundo em redor —
Fica mais que exterior.
Perde tudo o ser, ficar.
E do pensar se me some.
Fico sem poder ligar
Ser, idéia, alma de nome
A mim, à terra e aos céus.
E do pensar se me some.
Fico sem poder ligar
Ser, idéia, alma de nome
A mim, à terra e aos céus.
E súbito encontro Deus.
Fernando Pessoa
AMO FERNANDO PESSOA, OS MAIS BELOS VERSOS QUE VI
ResponderExcluirOS MAIS BELOS POEMAS QUE DENTRO DE MIM SENTI
SUA GRANDE IMAGINAÇÃO, FOI SUA MAIOR INSPIRAÇÃO
AMO FERNANDO PESSOA!!!
Ass. Welse Gonçalves (esqueci de assinar o comentário)
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