No pequeno museu sentimental
os fios de cabelo religados
por laços mínimos de fita
são tudo que dos montes hoje resta,
visitados por mim, montes de Vênus.
Apalpo, acaricio a flora negra,
e negra continua, nesse branco
total do tempo extinto
em que eu, pastor felante, apascentava
caracóis perfumados, anéis negros,
cobrinhas passionais, junto do espelho
que com elas rimava, num clarão.
Os movimentos vivos no pretérito
enroscam-se nos fios que me falam
de perdidos arquejos renascentes
em beijos que da boca deslizavam
para o abismo de flores e resinas.
Vou beijando a memória desses beijos.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
No pequeno museu sentimental - Carlos Drummond de Andrade
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nao diga adeus
ResponderExcluirquando voce quer aquela
pessoa.
pois ela nunca mais voutara pra ti .
entao so diga um tempo .
nunca diga nao pois .......
'' sou como vc me ver mas por
ResponderExcluirsou outra pessoa entao nao
......
depende de quando me ver passar.''