quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dorme - Murilo Mendes



Dorme.
Dorme o tempo em que não podias dormir.
Dorme não só tu,
Prepara-te para dormir teu corpo e teu amor contigo.
Dorme o que não foste, o que nunca serás.
Dorme o incêndio dos atos esquecidos,
A qualidade a distância o rumo do pensamento.

O pássaro magnético volta-se,
As árvores trocam os braços,
O castelo parou de andar.

Dorme.
Que pena não poder me ver - puro - dormindo.

Murilo Mendes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens mais visitadas