quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Adotarei o amor - Gibran Khalil Gibran



Adotarei o amor
e o escutarei cantando,
e o beberei como vinho,
e o usarei como vestimenta. 

Na aurora, 
o amor me acordará e
me conduzirá aos prados distantes. 

Ao meio dia,
conduzir-me-á à sombra das árvores 
onde me protegerei do sol como os pássaros. 

Ao entardecer conduzir-me-á ao poente,
onde ouvirei a melodia da natureza 
despedindo-se da luz,
e contemplarei as sombras da quietude 
adejando no espaço. 

À noite,
o amor abraçar-me-á,
e sonharei com os mundos superiores 
onde moram as almas 
dos enamorados e dos poetas. 

Na primavera,
andarei com o amor, lado a lado,
e cantaremos juntos entre as colinas;
e seguiremos as pegadas da vida, 
que são as violetas e as margaridas;
e beberemos a água da chuva, 
acumulada nos poços,
em taças feitas de narciso e lírios. 

No verão,
deitar-me-ei ao lado do amor
sobre camas feitas com feixes de espigas, 
tendo o firmamento por cobertor
e a lua e as estrelas por companheiras. 

No outono,
irei com o amor aos vinhedos
e nos sentaremos no lagar,
e contemplaremos as árvores se despindo
das suas vestimentas douradas
e os bandos de aves migratórias 
voando para as costas do mar. 

No inverno,
sentar-me-ei com o amor diante da lareira
e conversaremos sobre os
acontecimentos dos séculos
e os anais das nações e povos. 

O amor será meu tutor na juventude,
meu apoio na maturidade,
e meu consolo na velhice. 
O amor permanecerá comigo até o fim da vida,
até que a morte chegue,
e a mão de Deus nos reúna de novo.

Gibran Khalil Gibran

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens mais visitadas