domingo, 18 de setembro de 2011

Poesia entre o cais e o hospital - Adalgisa Nery



Geme no cais o navio cargueiro 
No hospital ao lado, o homem enfermo. 
O vento da noite recolhe gemidos 
Une angústias do mundo ermo. 
Maresia transborda do mar em cansaço, 
Odor de remédios inunda o espaço. 
Máquina e homem, ambos exaustos 
Um, pela carga que pesa em seu bojo 
Outro, na dor tomando o seu corpo. 
Cais, hospital: Portos de espera 
E começo de fim da longa viagem. 
Chaminés de cargueiros gritando no mar, 
Garganta do homem em gemidos no ar. 
No fundo, o universo, 
O mar infinito, 
O céu infinito, 
O espírito infinito. 
Neblinados em tristezas e medos 
Surgem silêncios entre os rochedos. 
Chaminés de cargueiros gritando no mar 
E a garganta do homem em gemidos no ar.



Adalgisa Nery

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