Não é a distância que separa as pessoas, é o “tanto faz"

Quantas vezes você já ouviu dizer que a distância separa as pessoas? 

Que é a falta de proximidade física que enfraquece os laços? 

Embora isso possa ter um fundo de verdade, o que realmente separa as pessoas não é a distância, mas a indiferença. 

O "tanto faz" que invade relações, corrói conexões e transforma laços antes fortes em fios tão frágeis que acabam por se romper.

O problema não é estar a quilômetros de distância, mas sim a falta de intenção. 

Quando você quer estar presente na vida de alguém, a tecnologia, o tempo e os obstáculos se tornam ferramentas e desafios superáveis. 

Uma mensagem simples, um telefonema, um pensamento compartilhado: tudo isso reforça os laços que nos unem. 

Por outro lado, quando o "tanto faz" entra em cena, nenhuma dessas coisas parece importar. 

E, gradualmente, a distância emocional torna-se muito maior do que qualquer separação geográfica.

É no desinteresse que as relações se perdem. 

Uma amizade não acaba porque um amigo se mudou para longe, mas porque ambos pararam de nutrir aquele laço. 

Um relacionamento não fracassa porque há barreiras físicas, mas porque a indiferença tomou o lugar do cuidado e da atenção. 

E assim, pessoas que um dia foram inseparáveis tornam-se estranhas, não por escolha, mas por omissão.

Manter relações exige energia, dedicação e intencionalidade. 

Exige lembrar que o outro importa e que pequenos gestos podem fazer toda a diferença. 

Uma simples demonstração de carinho pode ser a ponte que conecta corações separados pela rotina, pelos compromissos ou até mesmo pela distância. 

Não há substituto para a presença, mesmo que virtual, quando ela é carregada de significado.

Por outro lado, é importante reconhecer quando a indiferença é mútua. 

Nem sempre vale a pena lutar sozinho por um laço que não encontra reciprocidade. 

As relações verdadeiras são uma via de mão dupla, e ambas as partes precisam estar dispostas a investir energia e cuidado. 

Não se trata de cobrar, mas de observar e compreender o que é realmente importante para ambos.

Lembre-se de que conexões humanas são como jardins: elas florescem quando são regadas. 

Um jardim abandonado não morre de um dia para o outro, mas lentamente perde sua vida, sua cor, sua essência. 

Da mesma forma, relações negligenciadas podem parecer intactas por um tempo, mas, sem cuidado, eventualmente murcham.

A boa notícia é que nunca é tarde demais para reconstruir, para recomeçar. 

Um gesto simples pode reacender a chama de uma amizade, um carinho inesperado pode trazer de volta a chama de um amor. 

O que realmente importa é não deixar que o "tanto faz" se instale. 

Substitua-o por "faço questão". 

Diga que sente saudade, que valoriza, que se importa.

Não é a distância que separa as pessoas, mas sim o desinteresse. 

E onde há intenção, sempre haverá um caminho. 

Cultive as relações que importam para você. 

Lembre-se de que o amor, a amizade e a conexão verdadeira são os maiores presentes que podemos oferecer e receber. 

Porque no final, o que realmente conta são as pessoas que escolhemos manter ao nosso lado, independentemente de qualquer distância.

Marcia Fernandes