Já parou para pensar no quanto permitimos que as atitudes, palavras e comportamentos de outras pessoas influenciem a nossa vida?
Durante muito tempo, fui refém dessa dinâmica.
Era como se meu humor, minha autoestima e até mesmo meus planos estivessem nas mãos dos outros.
Mas chegou o momento em que percebi que dar a alguém o poder de adoecer a minha vida não era justo — nem comigo, nem com a pessoa que o recebeu.
A verdade é que, muitas vezes, não notamos que estamos entregando esse controle.
Pode começar com um comentário inocente, uma crítica inesperada ou até mesmo uma atitude que não corresponde às nossas expectativas.
A questão não está no que os outros fazem, mas no quanto permitimos que isso nos afete.
Eu vivi isso na pele.
Havia dias em que uma única palavra mal colocada era capaz de estragar meu dia inteiro.
E o pior é que nem sempre a pessoa tinha a intenção de me magoar.
Eu era o responsável por dar a ela esse poder.
Era como se eu estivesse com um botão de controle remoto, entregando-o de bandeja para quem quisesse apertá-lo.
O grande problema de dar aos outros o poder de adoecer a nossa vida é que isso nos coloca em um estado constante de fragilidade.
Ficamos à mercê de algo que está fora do nosso controle: as ações e pensamentos alheios.
Mas, se você parar para refletir, verá que ninguém além de você mesmo deveria ter tanto impacto sobre o seu bem-estar.
Entender isso foi um divisor de águas para mim.
Percebi que, para resgatar a minha paz interior, precisava assumir total responsabilidade por como escolho reagir ao que acontece ao meu redor.
Isso não significa que eu deva ignorar completamente as pessoas ou me tornar insensível.
Pelo contrário, trata-se de aprender a filtrar o que merece minha atenção e o que não merece.
Aprendi que nem tudo o que me dizem é uma verdade absoluta.
Muitas vezes, as críticas refletem mais sobre quem as faz do que sobre quem as recebe.
Cada pessoa carrega suas próprias inseguranças, frustrações e medos, e é natural que, em algum momento, elas projetem isso nos outros.
Perceber isso me trouxe uma sensação de liberdade.
Comecei a enxergar que não preciso carregar nos ombros o peso das expectativas ou opiniões alheias.
Ao mesmo tempo, entendi que tenho o direito de me proteger.
Criar limites não é ser egoísta; é ser saudável.
Criar limites foi um dos primeiros passos que dei para recuperar o controle da minha vida emocional.
Esses limites não são muros intransponíveis, mas sim uma forma de deixar claro o que aceito e o que não aceito.
Por exemplo, se alguém insiste em trazer negatividade para o meu dia, educadamente me afasto.
Se uma conversa começa a tomar um rumo que não me faz bem, coloco um ponto final antes que me afete mais do que deveria.
Outra coisa que aprendi é a importância de cultivar minha própria força interior.
Isso envolve alimentar minha autoestima, reconhecer meu valor e me lembrar de que sou o responsável pela minha felicidade.
Quando me sinto seguro de quem sou, fica muito mais fácil lidar com situações adversas e não permitir que elas me derrubem.
Existem momentos em que o impacto de alguém em nossas vidas vai além das palavras.
Pode ser uma atitude recorrente de desrespeito, um comportamento manipulador ou até mesmo uma relação tóxica.
Nessas situações, é ainda mais importante agir.
É um processo difícil e, muitas vezes, doloroso, mas absolutamente necessário.
Eu sei como é difícil se desprender de relações que adoecem.
Às vezes, elas envolvem pessoas que amamos profundamente ou com quem temos laços de longa data.
Mas aprendi que, para amar verdadeiramente os outros, preciso me amar primeiro.
E me amar significa não aceitar o que me destrói, mesmo que venha de alguém importante.
Ao longo dessa jornada, percebi algo curioso.
Quando assumimos a responsabilidade por nossa vida emocional, inspiramos os outros a fazerem o mesmo.
Tornamo-nos um exemplo de força e resiliência, mostrando que é possível viver de forma plena e autêntica, sem carregar o peso que não nos pertence.
Também aprendi a valorizar as pessoas que trazem luz para minha vida.
Essas pessoas existem, e elas são preciosas.
São aquelas que nos apoiam, que nos elevam e que torcem genuinamente pelo nosso sucesso.
Quando paramos de dar espaço para o que nos faz mal, abrimos caminho para o que nos faz bem.
Se eu pudesse te dar um conselho, seria este: não entregue a ninguém o poder de adoecer a sua vida.
Você merece viver em paz consigo mesmo, independentemente do que acontece ao seu redor.
Não é uma tarefa fácil, mas é uma escolha diária que vale a pena.
Cada vez que você escolhe o amor-próprio em vez da aprovação dos outros, está se libertando.
E cada vez que você protege sua paz, está dando um passo importante rumo à sua felicidade.
Hoje, olho para trás e vejo o quanto cresci.
O que antes parecia um desafio insuperável agora é um lembrete da minha capacidade de transformação.
Eu não sou perfeita, e ainda tenho meus momentos de fraqueza.
Mas, aos poucos, estou aprendendo a cuidar da minha energia e a preservar o que há de melhor em mim.
Espero que você também encontre essa força.
Você é o único responsável por ela, e isso é algo poderoso.
Confie em si mesmo, respeite seus sentimentos e, acima de tudo, escolha a sua paz.
Márcia Fernandes
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