Carlos Drummond de Andrade, nascido em Itabira, Minas Gerais, em 31 de outubro de 1902, e falecido em 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, é uma das maiores vozes da poesia brasileira.
Poeta modernista, Drummond explorou em sua obra temas universais como a existência, o amor, a morte, a solidão, e as contradições da vida moderna.
Seu estilo, caracterizado por uma linguagem direta e uma profunda reflexão sobre a condição humana, influenciou gerações de escritores e leitores.
Drummond é reconhecido por transformar as angústias e as belezas do cotidiano em versos imortais, que continuam a ressoar na alma de quem os lê.
Citações de Carlos Drummond de Andrade: O Essencial da Alma Poética
Drummond nos deixou um legado de palavras que continuam a nos desafiar e encantar.
Aqui estão 15 citações inesquecíveis, acompanhadas de reflexões e a indicação das obras onde se encontram.
1."O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar."
Reflexão:
Drummond expressa a vastidão do mundo e, ao mesmo tempo, a capacidade de condensá-lo em pequenos momentos de contemplação.
É uma reflexão sobre a amplitude do universo e o poder da imaginação em capturar a grandiosidade da vida através de pequenas cenas.
Obra: A Rosa do Povo
2. "A minha vontade é forte, porém minha disposição de obedecer-lhe é fraca."
Reflexão:
Esta citação reflete o dilema universal entre querer e agir.
Drummond explora a luta interna entre o desejo e a realidade, um conflito que muitas vezes nos impede de alcançar nossos objetivos, apesar da força de nossa vontade.
Obra: Claro Enigma
3. "Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar."
Reflexão:
Drummond celebra a singularidade de cada indivíduo.
Em um mundo que frequentemente busca homogeneizar, ele lembra que cada pessoa é única, com suas próprias complexidades e mistérios, e que essa diversidade é o que enriquece a humanidade.
Obra: Sentimento do Mundo
4. "Há certo gosto em pensar sozinho. É ato individual, como nascer e morrer."
Reflexão:
Pensar sozinho, para Drummond, é um ato de introspecção tão íntimo quanto os momentos mais essenciais da vida.
A frase sugere que, na solidão do pensamento, encontramos uma verdade pessoal e única, semelhante à experiência do nascimento e da morte.
Obra: A Rosa do Povo
5. "Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons."
Reflexão:
Drummond compara a simplicidade da felicidade nas duas pontas da vida — infância e velhice.
Ele observa como em ambas as fases, pequenos prazeres, como uma caixa de bombons, são suficientes para proporcionar alegria, destacando a pureza dos momentos simples.
Obra: Boitempo
6. "Há muitas razões para duvidar e uma só para crer."
Reflexão:
Drummond nos confronta com a fragilidade da fé e a força da dúvida.
Em um mundo repleto de incertezas, ele sugere que, apesar das muitas razões para questionar, a crença, mesmo que única, é poderosa e necessária para a existência.
Obra: Claro Enigma
7. "Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo."
Reflexão:
Nesta frase, Drummond expressa a limitação humana frente à vastidão dos sentimentos e das responsabilidades que carregamos.
É um reconhecimento humilde de que, embora tenhamos capacidades limitadas, carregamos em nós o peso do mundo.
Obra: Sentimento do Mundo
8. "No meio do caminho tinha uma pedra / Tinha uma pedra no meio do caminho."
Reflexão:
Talvez um dos versos mais famosos de Drummond,
esta citação fala sobre os obstáculos inevitáveis da vida.
A pedra no caminho é um símbolo das dificuldades e desafios que todos enfrentamos e que, de uma forma ou de outra, marcam nossa trajetória.
Obra: Alguma Poesia
9. "Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade."
Reflexão:
Drummond nos apresenta uma visão de felicidade que não depende de razões externas.
A felicidade autêntica, para ele, é aquela que simplesmente existe, sem necessidade de justificativas ou causas específicas, pura e espontânea.
Obra: A Rosa do Povo
10. "Os homens distinguem-se pelo que fazem; as mulheres, pelo que levam os homens a fazer."
Reflexão:
Nesta citação, Drummond reflete sobre o poder da influência feminina, destacando como as ações dos homens são muitas vezes moldadas pelas mulheres ao seu redor.
É uma observação sobre as dinâmicas de poder e influência nos relacionamentos humanos.
Obra: As Impurezas do Branco
11. "O cofre do banco contém apenas dinheiro; frustra-se quem pensar que lá encontrará riqueza."
Reflexão:
Drummond diferencia dinheiro de verdadeira riqueza.
Ele sugere que a riqueza real não está no dinheiro guardado em cofres, mas em valores mais profundos e significativos, que não podem ser comprados ou armazenados.
Obra: Claro Enigma
12. "Há livros escritos para evitar espaços vazios na estante."
Reflexão:
Com certa ironia, Drummond critica a superficialidade de algumas obras literárias, que existem apenas para preencher espaço, sem trazer verdadeiro conteúdo ou valor.
É uma reflexão sobre a importância da qualidade sobre a quantidade na literatura.
Obra: A Rosa do Povo
13. "Como as plantas, a amizade não deve ser muito nem pouco regada."
Reflexão:
Drummond compara a amizade a uma planta, que precisa de cuidado na medida certa.
Ele sugere que o excesso ou a falta de atenção podem prejudicar o relacionamento, e que a amizade deve ser cultivada com equilíbrio e constância.
Obra: Boitempo
14. "Que os homens não se esqueçam que a vida é sonho."
Reflexão:
Drummond nos lembra da natureza efêmera e, ao mesmo tempo, mágica da vida.
Ao comparar a vida a um sonho, ele sugere que devemos valorizar cada momento, conscientes de sua brevidade e beleza.
Obra: Claro Enigma
15. "O tempo é um rio que não volta."
Reflexão:
Nesta citação, Drummond reflete sobre a irreversibilidade do tempo.
Ele nos lembra que, assim como um rio, o tempo flui em uma única direção, e uma vez passado, não pode ser recuperado.
É um chamado para viver o presente com plena consciência.
Obra: Sentimento do Mundo
Conclusão
Carlos Drummond de Andrade, com sua linguagem rica e introspectiva, continua a nos oferecer reflexões profundas sobre a vida, o tempo, e a condição humana.
Suas citações são faróis que iluminam as complexidades da existência, nos convidando a pensar, sentir, e viver com mais intensidade e autenticidade.
Drummond nos ensina que, embora tenhamos limitações, carregamos em nós o vasto sentimento do mundo, e que, no fim das contas, o que realmente importa são as marcas que deixamos no caminho.
Márcia Fernandes
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