Um exemplo bem simples é que, desde pequenos, nós copiamos quem nos rodeia, com o intuito de aprender. Experimente ou observe uma criança pequena, com meses de vida e que está começando a ver melhor as coisas ao seu redor: se você sorrir, ela tentará sorrir também; se você se abaixar, ela se abaixará também...
Depois que crescemos continuamos, inconscientemente, a imitar ou repetir aquilo que o outro faz. No entanto, a intenção que antes era a de aprender coisas básicas para nossa sobrevivência, agora pode se tornar algo nocivo. Isto porque poucas vezes admiramos ou procuramos perceber no outro, nossas qualidades. O que normalmente acontece é vermos os nossos defeitos na pessoa. E pior, sem perceber que aquilo que mais detestamos no outro, nós também temos.
Vou explicar melhor: sabemos que nosso corpo fala e que involuntariamente agimos de acordo com as nossas emoções. Portanto, quando alguém age de forma errada (aos nossos olhos), apenas está refletindo o que precisamos rever em nós, principalmente com relação a como estamos nos tratando. Por exemplo: alguém que se sente rejeitado por pessoas. É comum ela achar que o outro a rejeita. Certo? Mas não vê que ela mesma está se rejeitando. E em alguns casos, rejeitando quem lhes rodeia. Numa tentativa desenfreada de não fazer o outro passar pelo que nós passamos, nós procuramos agir diferente. Porém normalmente não é isso que acontece. Pois acabamos agindo como não gostaríamos.
Novamente observe alguém que não quer ouvi-lo, por exemplo. Esta pessoa tentará cruzar os braços, as pernas e na primeira oportunidade, ela se afastará. Como ela está renegada, o corpo já dá pistas de que não está mais aceitando aquilo que está ouvindo. E o que sentiremos? Rejeição.
Agora, se prestarmos atenção nas nossas atitudes, fazemos exatamente igual, no mínimo conosco. Neste caso, quem precisa curar este sentimento, o de rejeição, tem por hábito, mesmo que inconscientemente, rejeitar a si próprio. E dependendo do caso, rejeitar outras pessoas também, e nem se dá conta que faz isso.
Através da interpretação dos sinais do corpo, nós podemos nos comunicar muito melhor, por isso é importante avaliarmos nas nossas relações: como nós agimos e como o outro age, principalmente quando o comportamento é o mesmo sempre.
Esses detalhes que aprendemos a interpretar, certamente nos ajudarão a compreender melhor como agimos com nós mesmos. E, consequentemente, nos indicará como agimos com os outros indivíduos.
Por isso que relacionar-se e comunicar-se é tão importante. É através das relações que poderemos reconhecer melhor nossas qualidades, tanto quanto nossos defeitos.
Só que infelizmente, o que pode acontecer, é a interpretação errada desses sinais. Como por exemplo, aquelas pessoas que deveriam ser nossas inspirações na vida; nós aprendemos que estas são motivo de inveja e não de um exemplo a ser seguido. Sendo assim, ao invés da admiração, nós acabamos falando mal e difamando a pessoa. E se começássemos a seguir o que ela faz? E se nós vislumbrássemos ou nos espelhássemos nelas? Certamente nós acabaríamos trazendo a tona nossas qualidades.
Imagine se todos nós pudéssemos entender melhor nosso comportamento, bem como o das outras pessoas de forma humilde, ou seja, sabendo que elas não estão querendo nosso mal, nem nos odeiam, apenas estão refletindo quem somos e como estamos cuidando de nós.
Essa não seria uma boa forma de relacionarmo-nos com o mundo que nos cerca? Avalie e pense nisso.
Cátia Bazzan
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