Estás em quanto imagino:
Estás no horizonte imenso,
Estás no grão pequenino.
Estás na ovelha que pasce,
Estás no rio que corre:
Estás em tudo que nasce,
Estás em tudo que morre.
Em tudo estás, nem repousas,
Ó ser tão mesmo e diverso!
(Eras no início das cousas,
Serás no fim do universo).
Estás na alma e nos sentidos.
Estás no espírito, estás
Na letra e, os tempos cumpridos.
No céu, no céu estarás.
Manuel Bandeira
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