Saudade são aquelas casas que um dia o coração habitou
e onde agora pousam os olhares
movidos por pássaros de canto frágil
e onde agora pousam os olhares
movidos por pássaros de canto frágil
Saudade são aquelas árvores despidas de folhas
que migraram ondulando nos ventos
dos estios desérticos das palavras gastas
que migraram ondulando nos ventos
dos estios desérticos das palavras gastas
Saudade são as marés fechadas na concha da mão
vislumbre da música eterna cantada pelas gaivotas
vislumbre da música eterna cantada pelas gaivotas
Ah as gaivotas
essas não sofrem de saudade
criadoras da fronteira da terra e do mar
desenham no limite da maré
linha onde descalço tropeço
a espumosa melancolia das ondas
essas não sofrem de saudade
criadoras da fronteira da terra e do mar
desenham no limite da maré
linha onde descalço tropeço
a espumosa melancolia das ondas
Saudade são as pegadas deixadas na areia
vultos de pés perdidos que em breve
trôpegos de maré e vinho
se abandonam à tristeza da fronteira dos pássaros.
vultos de pés perdidos que em breve
trôpegos de maré e vinho
se abandonam à tristeza da fronteira dos pássaros.
José Bernardes
In Palavras imóveis
In Palavras imóveis
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