a se compadecer de nossas provações, mas são raras aquelas que
se alegram sinceramente com nossos triunfos. Um amigo assim,
segundo o autor de O retrato de Dorian Gray, deve ter uma natureza
muito pura.
Por que é tão difícil compartilhar os êxitos? Provavelmente
porque, nesses momentos, a comparação é inevitável. Em vez de
festejar a boa notícia, o interlocutor pergunta a si mesmo: “Por
que não eu?”
Os verdadeiros amigos assinam um pacto de nobreza em relação
a todos os aspectos do destino humano.
Sobre isso, Voltaire, que viveu um século antes de Nietzsche,
afi rmou:
A amizade é um contrato tácito entre duas pessoas sensíveis e
virtuosas. Sensíveis porque um monge ou um solitário podem
ser pessoas de bem e mesmo assim não conhecer a amizade. E
virtuosas porque os malvados só têm cúmplices; os festeiros,
companheiros de farra; os ambiciosos, sócios; os políticos reúnem
os partidários ao seu redor; os vagabundos têm contatos; e
os príncipes, cortesãos – mas só as pessoas virtuosas têm amigos.
Livro : Nietzsche para estressados
Autor : Allan Percy
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