Enquanto pintava, percebeu que a tinta vazava do barco. Havia algum problema. Olhou com cuidado e viu um pequeno furo. Resolveu consertá-lo, mesmo tendo sido contratado unicamente para pintar. Quando terminou a pintura, recebeu seu pagamento e voltou para casa.
Na semana seguinte, o dono do barco foi até a casa do pintor e deu-lhe um pacote, com uma quantia de dinheiro maior do que a que havia recebido no dia anterior. O pintor, surpreso, disse:
- O senhor já me pagou pela pintura do barco.
- Este dinheiro não é pela pintura, mas por você ter consertado o vazamento do barco - respondeu o homem.
- Foi tão simples que nem quis cobrar. Essa quantia que você está me pagando é muito mais do que o serviço custa.
- Eu sei. Mas o valor do seu ato foi muito maior do que este dinheiro pode pagar. Quando eu pedi que você pintasse o barco, me esqueci do vazamento. Logo que a tinta secou, meus filhos pegaram o barco e foram para a praia para pescar. Eu não estava em casa naquele momento. Quando cheguei e vi que haviam saído com o barco, fiquei desesperado. Achei que o barco tivesse afundado por causa do furo e que meus filhos tivessem se afogado. Imagine só o meu alívio quando vi o barco voltando e os meus filhos sãos e salvos. Olhei o barco e vi que o buraco estava consertado. Muito obrigado. Devo a vida dos meus filhos a você. Nenhum dinheiro no mundo vai pagar essa boa ação.
Para refletir:
O preço de uma boa ação não pode ser calculado, porque seus efeitos são muitos e muitas vezes nem temos consciência deles. Igualmente, uma ação má pode ter consequências por muito tempo. A atitude generosa e gratuita do pintor nos dá uma grande lição. Quem é interiormente virtuoso não fica apenas nas suas obrigações. Está sempre disposto a fazer o bem, mesmo que isso não seja reconhecido ou remunerado. Muitas vezes essas ações são algo muito simples, basta dedicarmos um esforço pequeno. Tente, os benefícios serão muitos. Outra lição nos é dada pelo dono do barco. Devemos saber reconhecer e retribuir as boas ações. Devemos sempre agradecer quando alguém nos ajuda e, na medida do possível, ajudá-lo em retribuição.
Darlei Zanon - Parábolas de Virtude
Nenhum comentário:
Postar um comentário