quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Mirando-se no outro - Anna Sharp



“Você vê as montanhas, pensa que são sólidas e no entanto, estão se movendo feito as nuvens”.(- Corão - Sura 27:90)

... É comum encontrar alguém que sem sabermos porque, nos irrita e incomoda; às vezes apenas um aspecto da pessoa a torna insuportável para nós.

Outros, nos causam inveja e admiração por algo que fazem ou simplesmente por sua forma de se colocar e comportar diante de situações.

Ao usar essas pessoas como espelho, vamos ter a surpresa de nos identificar com elas e descobrir as mesmas características, negativas ou positivas: sempre o que nos incomoda no outro, é o que menos queremos reconhecer em nós mesmos. O ser humano apenas reconhece (re-conhecer é ver de novo) aquilo que já conhece em si mesmo, ainda que de forma inconsciente.

Sempre invejamos as qualidades que temos em potencial e que não priorizamos, em função das circunstâncias, o seu desenvolvimento. Impossível admirar ou invejar um artista sem ter alma de artista. E da mesma forma a beleza, a bondade, a extroversão, o dinamismo etc.

Pode acontecer que não reconheçamos facilmente, porque usamos as mesmas características camufladamente ou apenas de forma diferente; é preciso muita atenção e outras vezes a ajuda do outro para nos denunciar.

Dentro da dinâmica de grupo que fazemos nos cursos, costumo durante os três dias de trabalho, fazer um jogo em que os colegas denunciam os comportamentos que o outro não está conseguindo identificar em si mesmo. Inevitavelmente em apenas três dias todos aparecem...! E isso por que? Porque mostramos (sem querer), o que mais escondemos de nós mesmos. Apenas o gesto que fazemos com a mão para acusar o outro, já comprova essa realidade.

Repare em seus dedos quando acusa: o indicador em direção ao outro, os outros três dedos voltados para si com polegar para cima nos unindo... (técnica dos dedinhos).

Uma procura sincera nos ajudará a melhorar em vários aspectos e dessa forma contribuirmos com o universo em evolução.

Ouvimos dizer: “As pessoas não mudam...”; como isso é possível, se tudo no universo é mudança, é movimento, é transformação! Seremos nós uma exceção...? Tendemos a ver a natureza como estática, numa projeção de nossa própria cristalização... Vamos acabar com mais essa ilusão!

Lembre-se que à cada mudança nossa, o universo muda também!

Anna Sharp - A VIDA TENDE A DAR CERTO - Editora Rocco

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