sábado, 22 de outubro de 2011

Que todos nós consigamos conviver com os nossos "talvez"...



Talvez eu venha a envelhecer rápido demais.
Mas lutarei para que cada dia tenha valido a pena.
Talvez eu sofra inúmeras desilusões
 no decorrer de minha vida.
Mas farei que elas percam a importância
 diante dos gestos de amor que encontrei.
Talvez eu não tenha forças
 para realizar todos os meus ideais.
Mas jamais irei me considerar um derrotado.
Talvez em algum instante
 eu sofra uma terrível queda.
Mas não ficarei por muito tempo
 olhando para o chão.
Talvez um dia o sol deixe de brilhar.
Mas então irei me banhar na chuva.
Talvez um dia eu sofra alguma injustiça.
Mas jamais irei assumir o papel de vítima.
Talvez eu tenha que enfrentar alguns inimigos.
Mas terei humildade para aceitar as mãos
 que se estenderão em minha direção.
Talvez numa dessas noites frias,
 eu derrame muitas lágrimas.
Mas não terei vergonha por esse gesto.
Talvez eu seja enganado inúmeras vezes.
Mas não deixarei de acreditar que em algum lugar
 alguém merece a minha confiança.
Talvez com o tempo eu perceba
 que cometi grandes erros.
Mas não desistirei de continuar
 trilhando meu caminho.
Talvez com o decorrer dos anos
 eu perca grandes amizades.
Mas irei aprender que aqueles que realmente são
 meus verdadeiros amigos nunca estarão perdidos.
Talvez algumas pessoas queiram o meu mal.
Mas irei continuar plantando a semente da
 fraternidade por onde passar.
Talvez eu fique triste ao concluir
 que não consigo seguir o ritmo da música.
Mas então, farei que a música
 siga o compasso dos meus passos.
Talvez eu nunca consiga enxergar um arco-íris.
Mas aprenderei a desenhar um,
 nem que seja dentro do meu coração.
Talvez hoje eu me sinta fraco.
Mas amanhã irei recomeçar,
 nem que seja de uma maneira diferente.
Talvez eu não aprenda todas as lições necessárias.
Mas terei a consciência que os verdadeiros
 ensinamentos já estão gravados em minha alma.
Talvez eu me deprima por não ser capaz
 de saber a letra daquela música.
Mas ficarei feliz com as outras
 capacidades que possuo.
Talvez eu não tenha motivos
 para grandes comemorações.
Mas não deixarei de me alegrar
 com as pequenas conquistas.
Talvez a vontade de abandonar tudo
 torne-se a minha companheira.
Mas ao invés de fugir,
 irei correr atrás do que almejo.
Talvez eu não seja exatamente
 quem gostaria de ser.
Mas passarei a admirar quem sou.
Porque no final saberei que,
 mesmo com incontáveis dúvidas,
 eu sou capaz de construir uma vida melhor.
E se ainda não me convenci disso,
 é porque como diz aquele ditado:
 “ainda não chegou o fim”
Porque no final não haverá nenhum “talvez”
 e sim a certeza de que a minha vida valeu a pena
 e eu fiz o melhor que podia.


Sônia Carvalho

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