sábado, 6 de agosto de 2011

O último poema - Manuel Bandeira



Assim eu quereria o meu último poema. 

Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais 
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas 
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume 
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos 
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.


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