quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Na tela do Face - Paulo Roberto Gaefke

A “mecanicidade” de todos nós diante das situações chega a ser engraçado.
Alias, seria cômico se não fosse trágico.
Porque tem gente atendendo celular em meio a cirurgia,
ou enquanto dirige um carro ou um trator.
Tem gente respondendo qualquer coisa,
quando está diante do seu perfil na rede social.
Prestando atenção aos que falam “abóboras” na tela,
e nenhuma em quem vive ao seu lado.

Pessoas parecem zumbis.
Vi uma mãe, um pai e dois filhos em uma mesa de restaurante,
cada um com seu celular, sem se falar, sem se olhar.
Me assustei.

Vi um casal super jovem, bonito, na mesa ao lado,
ambos com seus smarthphones em linhas separadas.
De vez em quando um sorriso, um beijinho bobo.
Mas aquele carinho, aquele olhar…
só para o celular…

Vi uma pessoa atravessando uma rua e teclando.
Morreu atropelada, esmagada por um ônibus.
Seu dedo ainda ficou prensado na tecla do seu celular.
Parece que sua última mensagem foi:
Eu adoro viver!
Deve ser nas nuvens…

Cuidado…alguém ou algo está te roubando do mundo!
Pessoas estão passando sem se conhecerem de verdade.
Muitos com milhares de seguidores, milhões de LIKES,
e nenhuma companhia para fazer uma conchinha a noite.


Teclar é bom, mas fazer amor é muito melhor.
Preciso avisar?
Acho que sim, tem gente que já prefere o FACE.
Ai não tem jeito, só internando.
Que a vida te apresente novas delícias.
Antes que a tela te consuma.


Paulo Roberto Gaefke

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