quarta-feira, 9 de maio de 2012

Nietzsche para estressados - Quem vê mal sempre vê pouco. Quem escuta mal sempre escuta demais.


NO POEMA INTITULADO “Razões adicionais para os poetas mentirem”,
Hans Magnus Enzensberger criticou o uso que os seres
humanos fazem da linguagem, nem sempre utilizada em prol da
verdade.
Ele disse, por exemplo, que “o instante em que a palavra feliz
é pronunciada nunca é o instante da felicidade”, talvez porque a
felicidade exija uma entrega de todos os nossos sentidos para que
possamos vivenciá-la. No momento em que queremos capturá-
-la, analisá-la e rotulá-la, permitimos que nos escape.
Sobre isso, o escritor e fi lósofo Eric Hoffer comentou: “A busca
da felicidade é uma das principais font es de infelicidade.” E o
dito popular nos aconselha: “Se você quer ser feliz, não analise.”
Quando racionalizamos as vivências e buscamos intenções
para elas, perdemos sua essência. Por isso Nietzsche nos lembra
que, às vezes, só ouvimos o que queremos ouvir, já que o murmúrio
das nossas ideias preconcebidas se sobrepõe à realidade,
sempre mais simples que a opinião que formamos dela.
O exercício do fi lósofo – e de todos que desejam pensar com
clareza – é corrigir sua visão para que seja a mais abrangente
possível e não ceder às opiniões da maioria.

Livro  : Nietzsche para estressados
Autor : Allan Percy

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