sexta-feira, 30 de março de 2012

Você acha que não deve satisfações de sua vida a ninguém? - Rosana Braga

Por mais que haja quem concorde e quem discorde, é inegável que somos seres simbólicos. Isto é, vivemos em sociedade, em grupos, em comunidades que se comunicam essencialmente por símbolos, seja a linguagem falada, os sinais, as regionalidades, entre outros.

São tantas, diversas, inúmeras, curiosas e interessantes formas de se expressar que, em alguns casos, até nos confundimos. Será mesmo que ele quis dizer o que eu acho que entendi? Isso porque além dos símbolos mundiais, existem os regionais e os íntimos, aqueles que criamos e usamos somente com quem convivemos.

É por isso que, seja qual for o assunto e, especialmente quando se trata de seu estado civil, o diálogo entre o casal é extremamente importante. Para mim, aliás, uma das práticas mais indispensáveis para o sucesso de um relacionamento, especialmente os amorosos, onde tantos sentimentos complexos e subjetivos entram na dinâmica.

E é por aí que eu começaria abordando essa questão de assumir ou não, no sentido de divulgar publicamente, o seu estado civil. Ou melhor, a grande discussão, atualmente, é: exibir ou não seu status nas redes sociais. Em primeiro lugar, vale ressaltar que muitas pessoas argumentam sua posição "contra" dizendo que essa mudança só serve para informar aos outros sobre sua própria vida. E que elas, tão independentes, não se sentem na obrigação de dar satisfações a ninguém.

Vejamos, é preciso cuidar para evitar os excessos e não cair em armadilhas construídas por si mesmo sem ao menos perceber. Ou seja, todos nós vivemos em função uns dos outros, e isso não é uma escolha, é uma contingência da vida humana. Não existem pessoas independentes e, em última instância, nem dependentes. A ideia, até para que o Universo faça sentido e funcione, é que admitamos e sejamos - com todos os predicados que isso significa - todos interdependentes!

Portanto, símbolos que evidenciem o estado civil de uma pessoa ou de um casal, embora possam ser escolhidos, terminam por servir como formas coerentes e gentis de se relacionar com as demais pessoas. Usar aliança no dedo da mão esquerda pelos casados e no dedo da mão direita pelos noivos ou compromissados, optar pelo status condizente com o relacionamento vivenciado nas redes sociais, enfim, cerimônias, rituais, cartórios, contratos e quaisquer outros indicativos deste tipo apontam para, acima de tudo, uma postura madura e segura diante das escolhas que você faz na vida!

Agora, se você e a pessoa com quem você se relaciona, por quaisquer motivos, preferem não expor sua vida privada e, assim, não evidenciar o tipo de sentimento que os une, então me parece que não há problema. Afinal, vocês estão de comum acordo. O problema, me parece, é quando um quer revelar e o outro não. Um quer assumir publicamente e o outro não! E aí? O que fazer?

Voltamos à importância do diálogo, da comunicação, das negociações. Negociar é chegar a um consenso, é ceder um pouco de cada lado. É refletir do porquê é tão importante para um e nada importante para o outro? E quem não quer assumir publicamente, qual é o problema? Insegurança na escolha? Medo de não dar certo? Pensem, conversem, sejam claros porque não há nada mais justo do que a verdade, por mais que ela não seja exatamente a que o outro gostaria de ouvir! E se, em último caso, você ainda não estiver pronto para dizer a sua verdade, a sua razão, então, simplesmente admita isso. E comprometa-se a contá-la assim que estiver preparado!

E assim, encontrando espaço para falar o que sente e ouvir os sentimentos do outro, você e a pessoa que você ama estarão, na prática, experimentando o amor em toda a sua plenitude, em toda a sua integridade!

Rosana Braga

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